Teago Oliveira equilibra as músicas de seu álbum “Boa Sorte” com boas histórias em show único

O vocalista da Maglore se apresentou com voz e violão no Blue Note São Paulo

PoroAberto
2 min readAug 1, 2024

Teago Oliveira, vocalista da Maglore, apresentou as músicas de seu primeiro álbum solo na última terça-feira no Blue Note de São Paulo. “Boa Sorte” foi lançado em setembro de 2019 e seu primeiro show foi em grande estilo no Auditório Ibirapuera. Porém, assim como aconteceu com diversos artistas, a pandemia que viria 5 meses depois quebrou as pernas do disco.

“Boa Sorte” é recheado de músicas que emocionam, seja por letras que tocam em feridas abertas de quem está com o coração partido, ou por harmonias e melodias um tanto melancólicas. Mas também traz o lado solar do que a Bahia faz de melhor: música suingada. Esse aspecto transparece, claro, na um tanto tristonha “Longe da Bahia”, em “Azul, Amarelo” e “Últimas Notícias”.

Voltando às memórias do longínquo show de lançamento, umas das lembranças mais vívidas que tenho é a de não ter segurado as lágrimas quando Teago tocou “Sombras no verão”. E no último show do Blue Note, ele contou a história que o inspirou a compô-la, que é mesmo tão triste quanto parece ser pela letra. Eu já estava prestes a deixar o pranto rolar pela segunda vez, mas foi impossível.

Teago é, como bom baiano, um ótimo contador de histórias. E, querendo ou não, o sotaque cheio de gírias e maneirismos deixa suas narrativas também engraçadas — o que equilibrou o público emocionalmente, já que entre uma música e outra, o entretenimento era certo. Além das músicas do álbum solo, Teago também tocou outros de seus lançamentos fora da Maglore, como “Frágil”, música inédita de Erasmo Carlos que saiu no disco póstumo “Erasmo Esteves”, e uma versão para “Esotérico”, de Gilberto Gil.

Com tantas regravações por nomes importantes da música brasileira — Gal Costa, Erasmo Carlos e Pitty -, “Motor” não podia ficar de fora. Tampouco a história da confusão gerada nas redes sobre sua autoria depois de tantas versões de sucesso. A música foi lançada pela Maglore no disco “Vamos Pra Rua”, de 2013, e costuma ser um dos momentos mais emocionantes do show da banda porque, de fato, sua letra é um primor e é dolorida até a alma.

Desde que “Boa Sorte” saiu, a Maglore lançou dois discos. O aclamado “V” e, mais recentemente, o “Acústico”, que reúne uma seleção de músicas dos discos anteriores. Pra fechar com bis o show do Blue Note, Teago chamou Lucas Gonçalves, baixista da Maglore, e eles fizeram “Vira Lata”, uma composição de Lucas. Fui embora querendo ouvir “Transicional”, mas não foi dessa vez.

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