#poroabertoindica
Audio Rebel
A Audio Rebel é um dos principais espaços (ou o principal) da música alternativa e independente do Rio de Janeiro. Além de estúdio, o local é também casa de show, loja de disco e artigos relacionados à música (corda de violão, camisetas etc.) e tem um pequeno bar pra animar os frequentadores. Na minha história pessoal, a Rebel exerceu um papel fundamental: não apenas me proporcionou ótimos momentos e shows únicos, como era o meu refúgio num período em que eu morava no Rio e passava por uma fase difícil. Por lá assisti Jards Macalé, Fausto Fawcett, Chelpa Ferro, Arto Lindsay, Paal Nilsen-Love, Lucas Santtana, Cadu Tenório, Carne Doce, God Pussy, Hugo Lins, Negro Leo, Micah Gaugh, Dror Feiler, Pharmakon, o Festival Novas Frequências e vários outros. Agora, Audio Rebel está com as atividades paradas devido à quarentena de isolamento social para conter a expansão do contágio do corona vírus e precisa da nossa ajuda. Para convencer a galera da importância do lugar e de seu papel na cultura carioca, bati um papo com o Pedro Azevedo, o idealizador da casa.
Ajude a Audio Rebel sobreviver ao Covid 19: https://www.eventbrite.com.br/e/ajude-a-audio-rebel-sobreviver-ao-covid-19-tickets-101671480134?fbclid=IwAR0UoiYaTq9wR9Z40hCKTC70PxclKp121taNB8UAQo9hm5aKaPSC3pQmlfM
Poro Aberto: Talvez a Audio Rebel seja uma das casas que têm durado mais tempo no meio musical alternativo no Rio. Conta um pouco quanto tempo tem que a Rebel começou, como começou e quem teve a ideia.
Pedro Azevedo: A Rebel, de certa forma, começou na casa dos meus pais, quando eu ainda tinha uma banda e meu ex-sócio começou a trabalhar comigo com produção de eventos e aluguel de equipamentos. Nosso trabalho antes de ter a Rebel era esse, de alugar equipamento de áudio, técnico de áudio e produção de shows. Em 2005 conseguimos juntar as coisas no endereço da Visconde de Silva 55, em Botafogo. Se sobrevivermos à Covid em outubro comemoramos 15 anos de atividades.
Poro Aberto: Hoje o estúdio / loja de disco / casa de show é um dos lugares mais relevantes pra música de experimentação no país, abrindo espaço tanto pros artistas locais, quanto para os principais nomes que vem de fora. Quais são os principais desafios do dia a dia do negócio?
Pedro Azevedo: São muitos desafios, o dólar alto e o aumento dos custos com passagem/transporte (tarifação de bagagem) já impossibilitaram algumas produções. Os custos todos são muito caros, o IPTU e aluguel são altíssimos. O valor da entrada é R$20 normalmente, fica difícil fechar as contas…
Poro Aberto: A Rebel lançou uma campanha on-line pra sobreviver ao período do corona vírus em que podemos ajudar com quantias que podem ser para doação ou virar ingresso/ consumo quando a casa for reaberta. Mas tem também o estoque do bar, os discos e as camisetas, né? Como tá funcionando isso?
Pedro Azevedo: Minha companheira é da área de saúde, então ela me orientou a maneira mais segura dentro do limite de como fazer essas entregas, eu tô recebendo quase tudo por doc/ted, e tendo o mínimo de contato e higienizando o tempo todo… Foi a solução que eu vi de transformar os produtos que tinha em estoque em dinheiro para pagar as contas, o resto da equipe. Fiquei muito feliz com a aceitação e boa vontade do público, acho que o tédio da quarentena também é uma boa hora pra se investir em livros, discos e cordas para estudar música….
Poro Aberto: Por fim, aquela pergunta que sempre fica no ar: vale a pena fazer o que gosta e mergulhar de cabeça nesse mundo da arte e da cultura?
Pedro Azevedo: Eu tenho certeza que nenhum outro trabalho me daria essa felicidade, tenho grandes amigos que a música me deu, relações muito verdadeiras e duradouras são criadas muito rápido e são sólidas. Mas tem o lado ruim também, são horas e horas de dedicação, e por mais que você faça tudo direito, são tantas variáveis que podem te prejudicar o trabalho, a gente nunca sabe direito como vai terminar o caixa do dia.
Utilizem o evento no FB para ajudar a divulgar a campanha: https://www.facebook.com/events/210476356959759/