Melly voa alto em show de Amaríssima
Com raízes afro-baianas e influências do soul, a jovem cantora conquista o público com autenticidade, talento e um show de tirar o fôlego.
Melly está voando alto! Aos 23 anos, a cantora baiana de vozeirão grave vem conquistando espaço e se firmando no mundo musical não mais como promessa — ela foi a Artista Revelação no Prêmio Multishow de 2023 — mas como acontecimento na música brasileira. Em julho do ano passado, ela estreou com o disco Amaríssima e, logo de cara, foi indicada ao Grammy Latino, concorrendo com nomes de peso como Iza, Luísa Sonza e Xamã. Uma estreia impressionante, não?
As canções de Melly, tanto do álbum quanto dos EPs anteriores, acumulam números expressivos nas plataformas de streaming. Destaque para Azul, de 2021, que foi a mais tocada daquele ano aqui em casa. No último sábado, finalmente tive a chance de assistir a um show dela ao vivo — e que experiência!
Melly é uma artista completa, que transborda dedicação, entrega e talento. Suas raízes nos ritmos afro-baianos são profundas, mas ela também incorpora elementos do soul de forma tão autêntica que é impossível não se impressionar. Ela não só canta e encanta, mas traduz no corpo e na dança toda a música que traz dentro de si, sem parecer ensaiado ou forçado. Isso é o que chamo de autenticidade.
Um dos momentos mais marcantes do show é quando Melly pega o violão, mais ou menos na metade da apresentação. Esse intervalo dá ao público um momento de respiro, enquanto ela compartilha histórias e agradecimentos. Nesse instante, fica claro que ela leva sua arte muito a sério. A forma como toca, canta e interpreta é cheia de intenção e profundidade, deixando evidente que não está nesse caminho por acaso.
Na sexta-feira (17/01), Melly ainda dividiu o palco com Russo Passapusso, seu conterrâneo e parceiro na faixa Rio Vermelho. Juntos, eles criaram um momento especial, mostrando uma sintonia que coloca Melly no mesmo patamar de um veterano como Russo. O repertório incluiu não só a colaboração entre os dois, mas também uma música solo de Russo (“Flor de Plástico”) e a explosão do Baiana System.
Melly também conta com uma grande banda, que inclui o power trio guitarra, baixo e bateria, mas também eletrônicos, percussão e sopros, o que faz o show ganhar muito em potência. Seria interessante ver backing vocals nos próximos shows — não que isso tenha feito falta na Casa Natura, já que o público cantava tão alto quanto ela em todas as músicas!
Se você ainda não conhece Melly, fica a dica: ouça Amaríssima e fique de olho nos próximos shows. Melly é daquelas artistas que você precisa experimentar ao vivo para entender toda a grandiosidade de sua arte.