Marina Sena e Talita Morais inauguram “Casa da Música Brasileira” em São Paulo
O projeto ganha sede na casa modernista de Warchavchik em Higienópolis com estúdios e áreas colaborativas para impulsionar novos talentos e o cenário musical da cidade
A cantora Marina Sena e a empresária baiana Talita Morais inauguraram o projeto “A Casa da Música Brasileira” na tarde de ontem, 1º de outubro, em São Paulo. A iniciativa idealizada por elas foi apresentada à imprensa e a figuras do meio artístico e empresarial em um evento que destacou o objetivo central do espaço: ser um hub inovador para a produção, gestão e apresentação de música na cidade.
A Casa, localizada na icônica casa modernista projetada por Gregori Warchavchik, na rua Bahia, oferece uma estrutura que inclui estúdios de música, dança, fotografia e vídeo, além de escritórios colaborativos e um espaço ao ar livre para apresentações ao vivo. O objetivo é claro: proporcionar encontros entre artistas, produtores e profissionais, promovendo colaborações e impulsionando novos projetos.
O primeiro grande fruto desse novo centro criativo é o terceiro álbum da própria Marina Sena, que está em fase final de produção. Antes mesmo da inauguração oficial, Marina preparou uma sala na Casa para compor e trabalhar junto ao produtor baiano Mahal Pitta, com quem colabora no novo disco. Ela comentou que a primeira coisa que fez no espaço foi deixar uma sala pronta para que ela pudesse compor. Na coletiva de imprensa, Marina Sena ressaltou a importância de que os encontros aconteçam e de que a música tenha um propósito maior do que meramente mercadológico: “se fosse só por dinheiro, eu estava lá em Taiobeiras, perto da minha família”.
Além de ser um centro de produção musical, a Casa pretende se tornar uma plataforma de discussão e troca de ideias, abrindo espaço para manifestações artísticas de diversos formatos. “A música é o nosso pilar principal, mas queremos discutir outros formatos de arte e temas importantes para a sociedade”, explicou Talita Morais. Uma das programações já confirmadas é uma palestra de Mahal Pitta intitulada “O clima mudou e a gente com isso?”.
Marina também destacou a importância de criar oportunidades para pequenos artistas, mencionando o fechamento de várias casas de shows durante a pandemia, que eram fundamentais para novos talentos. Por ter vindo do cenário independente, ela reconhece as dificuldades de quem está começando e a necessidade de abrir caminhos para essas pessoas. Quando ela própria chegou em São Paulo, já tinha um nome e não precisou passar pelas dificuldades que os pequenos artistas enfrentam — de viabilização de shows, formação de público etc. -, mas sabe que tem muita gente de fora da capital que está nesse corre.
O que torna esse projeto especial é o olhar atento que Marina e Talita voltam aos artistas independentes. Elas se colocam no lugar de quem tem talento, mas não sabe por onde começar no mercado musical, desde questões simples como produzir conteúdo até desenvolver um perfil empreendedor.
Quando questionadas sobre o foco da Casa, ambas reforçaram que o cenário independente, tanto de artistas quanto de profissionais, será prioridade. A “Casa da Música Brasileira” quer apoiar a formação desses talentos, oferecendo estrutura, oportunidades e ferramentas para que eles possam crescer e prosperar no mercado.
Além da estrutura física, Marina e Talita também planejam lançar um portal para curadoria de novos talentos e eventos. “Queremos que as pessoas conheçam o que há de novo”, explicou Marina.
Com uma curadoria mensal e uma agenda de atividades em constante renovação, a Casa da Música Brasileira promete se firmar como um ponto de encontro essencial para o cenário cultural paulistano, trazendo um novo fôlego à cena musical e artística independente da cidade, abrigando pessoas que vem de todos os cantos do Brasil em busca de oportunidades na capital. “Para mim, como artista, o propósito dessa Casa é claro: gerar encontros, projetos e, principalmente, dar protagonismo à música e à arte que movem nossas vidas”, concluiu Marina Sena.
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