A leveza de Moreno Veloso ao lançar o show de “Mundo Paralelo” em São Paulo
Acompanhado de parceiros de longa data, músico tocou todas as músicas do disco em apresentação na Casa Natura, passeando pela tradição da música baiana
No último Sábado (14/09), assisti Moreno Veloso lançando seu mais recente disco “Mundo Paralelo”, na Casa Natura Musical, em São Paulo, e foi uma delícia! Moreno tocou todas as músicas do álbum acompanhado de seus parceiros de longa data Domenico Lancellotti na bateria, Alberto Continentino no baixo, Leo Reis na percussão e Gustavo Benjão na guitarra.
Gustavo Benjão na guitarra? Isso mesmo. O músico carioca que faz parte de bandas como Do Amor substituiu o amigo Pedro Sá, que teve uma crise de apendicite e não pôde acompanhar Moreno. E deu tudo certo pra todo mundo!
Moreno Veloso é de uma simpatia difícil de explicar. Eu resumiria como: um ser humano iluminado. O show transcorre com uma leveza ímpar, sambas de roda deliciosos de sua autoria, mostrando que ele aprendeu mesmo como compor a tradição. Deste álbum, sobressai “A donzela se casou”, gravada no álbum junto da família toda: o pai, Caetano Veloso, a tia, Maria Bethânia, e os irmãos Zeca e Tom.
Eu já tinha postado no Instagram que “Unga dorme nesse frio” era minha favorita, mas mal sabia eu que a história do nome da música também é linda. Moreno contou no show que “Unga”, nos países nórdicos, é apelido para José, o nome de seu filho. Já o berimbau da música, na apresentação, soou por um sampler soltado por Leo Reis (e que, infelizmente, saiu baixo na hora).
Moreno também tocou “Não acorde o neném”, uma parceria dele com Domenico que está no disco “Coisa Boa” — aquele da capa do Porto da Barra visto do ângulo de dentro do mar. E que me lembro de uma história de que, no meio das pessoas que estão na mureta, estão o próprio Moreno e Paquito, mas vou confirmar isso e depois atualizo aqui. O disco saiu em 2014 e o dourado da fotografia sempre me deu uma saudade danada de Salvador e sua hora mais bonita, o fim da tarde, ali mesmo naquela praia — que, por seu uma baía, tem o sol morrendo de frente pro mar, atrás da ilha de Itaparica.
Do mesmo disco, ele tocou o samba “Um passo à frente”, parceria dele com Quito Ribeiro. Outro samba de roda perfeito à luz da tradição e que Moreno acompanha tocando prato como se fosse filho de Dona Edith e do Recôncavo.
Claro, no bis teve “Deusa do Amor”, mas durante o show também teve “Corpo Excitado”, do Ilê Aiyê, com Moreno no pandeiro. Infelizmente vocês não vão poder ver o vídeo que eu fiz porque cantei junto. Acontece…
